terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Pelo aniversário de Oswald, aquele canibal incorrigível!

Antropoesia

Que o zênite-sina enrole a língua
na voyeurista mandiga
da expressão popular
pelo antro
das caixas, no canto das castas
sob o
hélios grená

Que Apolo grego, num papo zen
contate os iorubas e os orixás
unindo guetos aos fãs de Bach
e o bombo bata para relaxar
enquanto a lata-vira raça e acalma
a ameaça de um shiitake nuclear

Que Oslo, Gregory Peck, Guaribas
e Paquetá
acendam o mesmo sol
num quase instante em que
um vinking chauvinista sentenciar
das runas, baralhos e tarôs
um corvo, um lobo, um carcará
disfarçado de Oswald a se deleitar
nas carnes amassadas
das interpalavras
que juntas são
coxas pés peitos umbigos
bundas bocas - alma:
guerra e paz
na contra-mão da poesia pelo avesso
que, por si, conclui-se sem explicação
mas que, ainda assim, satisfaz


In: Caramelo cor palavra
poema de 2003

5 comentários:

  1. Desculpe ter quer uma opnião ,mas como já li algumas poesias conhecidas e muitos tem conhecimento e o entendimento do significado da poesia.
    Muitas das poesias dá o sentido do que é ou não conhecido , ou de quem sente o expressar das palavras .
    Li esta poesia e não entendi qual o significado Antropoesia

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  2. Oi Marcelo amei teu blog,rsrsss tb sou blogueira de carteirinha,porém ando sem tempo,mas em breve voltarei ok!
    Amei teu blog e saiba que muitas vezes fico me matando para entender uma poesia,rsrsss,bjssssss.

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  3. A evolução vai tomando forma, estilo. Eu sabia que, um dia, aconteceria. É questão de burilar o dom, com paciência.

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  4. "penetra surdamente no reino das palavras" belo conselho do Drummond...mas confesso que a compreensão de alguns versos são realmente difíceis,rsrsrsr!!Maria Leite

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  5. Caras Gaby, Elliana e Maria (nessa ordem)!

    É importante considerar a hipótese de que um texto difícil possa revelar um leitor adormecido.

    Um afetuoso abraço, nas 3!

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