quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Enem: a crônica de uma fraude anunciada

Ministro Fernando Haddad se desculpa pelos transtornos

A jornalista Renata Cafardo, de O Estado de S. Paulo, prestou relevante serviço ao denunciar a fraude do caso Enem. Entretanto, nós - professores - perguntavamo-nos sempre sobre a eficácia e o sigilo desse processo. Não se constituiu em novidade o furo de Cafardo. Um exame de proporções gigantescas, feito nas coxas - só podia dar com os burros n'água.

Às vezes, até penso que foi intencional. Bem... mas logo pondero e percebo que não seria inteligente torrar R$ 35 milhões assim... como quem masca chiclete.

Tenho, no entanto, algo simpático a dizer: terei mais tempo para trabalhar com os meus alunos os pontos a serem cobrados, em Literatura, especialmente. O Enem, agora simulado, mostrou-se uma prova de nível acessível e mais fácil que a primeira fase. Os enunciados não remetem diretamente aos estilos literários. Há exigência mais de análise e de compreensão.

O Exame Nacional de Ensino Médio 2009 se revelou fácil em demasia, porque aborda apenas o conhecimento geral. Para alguém que pretende ingressar no curso de Letras, por exemplo, não é suficiente. Em provas anteriores do Enem, notei maior cobrança. Todavia, o decoreba oferece lugar à interpretação, embora isso não seja suficiente para uma avaliação de historiografia e leitura literária que se preze. Esperava mais!

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